Na semana em
que a Assembleia Legislativa aprovou três projetos de combate à violência
contra a mulher, a notícia da morte da jovem, Vanessa Carvalho, 27, chocou o
estado. Ela morreu após ser atropelada com a amiga Anuxa Alencar. O namorado de
Anuxa, Paulo Henrique Campos Santos, foi preso como principal suspeito do
crime. O motivo alegado seria ciúmes.
O caso
repercute e segundo a vice-governadora, Regina Sousa, mostra que os agressores
de mulheres não temem a Lei Maria da Penha. Para Regina, a lei é apenas uma
questão legal. Segundo ela, o feminicídio virou uma questão grave que precisa
de estudos mais aprofundados.
“Eu me faço muitas perguntas. Uma delas é o por quê? O que faz uma pessoa ter tanto ódio de uma mulher? Alguém tem que estudar isso. Não é normal. A lei é uma segurança jurídica, mas a impressão que passa é que o homem não teme a Lei Maria da Penha. Esse caso choca pelo fato deles saírem juntos de casa para irem a um evento e de repente acontece aquilo. Estou sem saber, sem entender. A lei é segurança jurídica, para a consequência. Era para prevenir, mas eles não estão nem aí para a lei. Sabem que serão presos. É o crime mais desvendado hoje. Logo o agressor é preso, mas ele sabe que vai sair. É muito sério isso”, destacou.
Regina Sousa defende a educação de gênero como a melhor forma de prevenção. Para ela, os meninos precisam aprender desde cedo que são iguais as meninas. Só a lei não resolve o problema.
"A educação
é o melhor caminho. Por isso faço essas falas em que digo “bom dia a todos e a
todas”, com isso estou educando as pessoas a dizerem que existe homem e mulher.
Não posso dizer bom dia a todos e achar que as mulheres são contempladas,
porque não são. Tem que se educar as pessoas nesta questão de gênero. Só a
educação de gênero resolve. É educar os meninos para não baterem nas meninas,
caso contrário, crescerão adultos violentes. No momento vamos fazer
leis para punir e prender. Mas não resolve. Esses são os casos notificados. E
as subnotificações? Aquilo que não é dito? Como uma pessoa que jura amor passa
a odiar a ponto de matar. É um fenômeno que precisa ser estudado. Mas também
tem que ter o caminho da educação. Tem que ser tratado na escola. A família não
consegue tratar isso porque não foram educados, habituados a essa relação de
gênero. É uma discussão recente. Algumas poucas famílias conseguem, mas a
maioria não. A escola é o espaço certo.
Legislação
Na Comissão da Mulher da Assembleia Legislativa, os deputados aprovaram mais três leis que visam garantir assistência às vítimas e conscientizar como forma de evitar novos casos. Duas das leis são de autoria do deputado Franzé Silva (PT).
Legislação
Na Comissão da Mulher da Assembleia Legislativa, os deputados aprovaram mais três leis que visam garantir assistência às vítimas e conscientizar como forma de evitar novos casos. Duas das leis são de autoria do deputado Franzé Silva (PT).
A primeira matéria prevê que mulheres vítimas de violência devam ser comunicadas previamente sobre a soltura do agressor no curso do processo judicial ou investigação policial. Isso também se aplica a concessão de qualquer benefício ou cumprimento de pena.
O segundo
projeto do mesmo autor dispõe sobre a prioridade de inclusão da mulher vítima
violência doméstica no mercado de trabalho. Franzé afirma que é preciso
garantir a segurança da vítima e que a mulher possa ter condições de
reconstruir a vida.
“Muitas
mulheres são vítimas de agressão porque se sentem economicamente presas ao
agressor. Isso faz com que muitas mulheres deixem de denunciar. Algumas que
denunciam e são dependentes economicamente do agressor passam por dificuldades.
A proposta quer garantir que essa mulher tenha condições de ser independente
financeiramente. Que ela possa construir uma nova vida”, afirmou Franzé
Silva.
A deputada Flora Izabel é autora de outra lei aprovada pela Assembleia que visa uma maior conscientização da sociedade. A proposta trata da divulgação e do combate ao assédio sexual e à cultura do estupro na administração pública do Estado.
A deputada Flora Izabel é autora de outra lei aprovada pela Assembleia que visa uma maior conscientização da sociedade. A proposta trata da divulgação e do combate ao assédio sexual e à cultura do estupro na administração pública do Estado.
“É preciso educar a sociedade. O homem precisa saber que uma mulher não é um objeto. É preciso deixar claro que o assédio e o estupro são crimes graves. Os agressores precisam saber das punições. É uma forma de combater para que novos casos não ocorram”, afirmou.
Fonte: Cidade Verde