O
presidente Jair Bolsonaro se mostrou completamente abalado com as revelações
trazidas pelo “Jornal Nacional”, da Globo,
na noite desta terça-feira (29), que o associam ao assassinato da vereadora
Marielle Franco em 2018. Em live feira diretamente da Arábia Saudita, às 4h da
manhã pelo horário local, o capitão da reserva tentou se esquivar de qualquer
envolvimento com o caso, mas revelou um descontrole emocional maior que o que
está acostumado a demonstrar.
“Eu
não deveria perder a linha, sou presidente, mas confesso que estou no limite
com vocês”, disse, após inúmeros berros, em referência à Globo, principal alvo
de seus ataques.
“Vocês, TV Globo, o tempo todo infernizam minha vida, porra! Agora Marielle Franco, querem empurrar em cima de mim? Seus patifes! Canalhas! Não vai colar! Não tinha motivo pra matar ninguém no Rio de Janeiro”, disparou.
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, também foi alvo de críticas por parte de Bolsonaro. Para o presidente, Witzel, que rompeu com o clã presidencial, teria sido o responsável por vazar informações do processo do caso Marielle, que corre em segredo de Justiça, à TV Globo. “Senhor governador Witzel, o senhor só se elegeu governador porque ficou o tempo todo colado com Flávio Bolsonaro, meu filho. Ao chegar à presidência, a primeira coisa que o senhor fez foi se tornar inimigo dele, porque quer se tornar presidente. É legitimo, mas para isso quer destruir minha família”, declarou.
A
exaltação de Bolsonaro diante da notícia era tão evidente que até mesmo seus
apoiadores que acompanhavam a live pediram calma. “Presidente, não se
desespere”, disse uma internauta. “Tenha calma homem”, comentou outro. O
próprio Bolsonaro confirmou que ficou abalado com a associação e revelou que
teria dificuldades para dormir esta noite.
Após a live, o presidente ainda postou no Twitter uma foto de um canal de esgoto com o logotipo da Globo. “CANALHAS”, escreveu, em letras garrafais. Segundo a reportagem da Globo, Élcio Queiroz, ex-policial militar, teria afirmado à portaria do condomínio em que morava o presidente que iria para a casa de Jair Bolsonaro, mas se dirigiu a casa de Ronnie Lessa, apontado como o autor dos disparos contra Marielle, que fica no mesmo condomínio. Segundo depoimento do porteiro que estava na guarita, uma pessoa identificada como “Seu Jair” autorizou a entrada de Élcio no mesmo dia do assassinato da vereadora.
Fonte: Revista Fórum