Professora e alunos do curso de Biologia da Universidade
Estadual do Piauí (Uespi), campus Prof. Alexandre Alves de Oliveira, em
Parnaíba, desenvolvem desde 2012, o projeto de extensão “Dengoso”, voltado para
o combate às arboviroses, doenças causadas pelos arbovírus, que incluem o vírus
da dengue, Zika vírus, febre chikungunya e febre amarela, que têm como um de
seus agentes o mosquito Aedes aegypti. Um estudo feito pelo aluno participante
do projeto, Bill Clinton Divino, comprovou que a extensão teve resultados
satisfatórios com pais e alunos da escola Municipal Plautila Lopes do
Nascimento.
Segundo
dados divulgados pelo Ministério da Saúde, até o dia 24 de agosto 2019,
registrou-se uma variação de 555,9% no número de casos de dengue no Brasil em
relação aos mesmo período do ano passado. No Piauí, mais de 6.700 pessoas foram
contaminadas pelo mosquito, número superior ao de 2018, na época com 1.641 casos.
Além da dengue, o Aedes aegypti é o transmissor das doenças
Chikungunya e Zika.
Diante dessa realidade, a proposta da ação consiste em manter um controle biológico permanente das larvas em pontos estratégicos, através da utilização do peixe conhecido por barrigudinho (Pamphorichthys hollandi), que se alimenta desses organismos. Outra ideia do projeto é abordar essa temática em escolas da região litorânea através de palestras e atividades lúdicas, como por exemplo: teatro de fantoches e jogos.
Criado em 2000, pelo pesquisador Luiz
Carlos Guilherme, na cidade de Uberlândia (Minas Gerais), o projeto foi
repassado à Uespi através da professora Alessandra Ribeiro e conta com a
parceria do Centro de Controle de Zoonoses do Piauí e Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa).
Segundo a professora Alessandra
Ribeiro, os peixes Barrigudinhos são criados em caixas de água na Uespi e
repassados para o Zoonoses. “Eles são reproduzidos e cedidos para a Zoonoses
que os distribui nos locais onde a ação do veneno não é muito eficaz – terrenos
alagados, cacimbões e piscinas abandonadas”, explica.
No projeto, além da ação com o
Zoonoses, outras atividades são executadas para informar a comunidade sobre os
riscos do mosquito. Oito alunos, entre egressos e graduandos do curso de
Biologia da Uespi que participam do projeto, sendo sete voluntários e uma
bolsista do Programa Institucional de Bolsas em Extensão Universitária (Pibeu),
realizam intervenções em escolas da rede municipal.
A partir desses trabalhos, os
acadêmicos realizam pesquisas para verificar como está sendo o impacto do
projeto na sociedade. O estudante Bill Clinton Divino realizou uma pesquisa
como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), onde aplicou questionários com os
alunos e pais da escola Municipal Plautila Lopes do Nascimento, para
verificar se o impacto das ações educativas contribuem para a conscientização
da população, com o intuito de evitar a formação de focos de proliferação dos
mosquitos. “Os questionários foram aplicados antes e após a implementação do
projeto “Dengoso”, e foi verificado que as informações distribuídas no projeto
foram assimiladas”, afirma o aluno.
“Com a análise, foi possível constatar que houve uma mudança no comportamento das crianças em suas casas e no ambiente acadêmico com relação ao percentual de informações sobre os métodos de prevenção contra o Aedes Aegypti“, acrescenta o discente.
A diretora da Escola Municipal
Plautila Lopes do Nascimento, Maria da Conceição do Nascimento, disse que a
forma como o projeto foi implementado em sala de aula, contribuiu para a
formação escolar e social dos alunos, além de causar a diminuição no número de
lixo na escola.
O projeto faz parte do Programa
Institucional de Bolsas em Extensão Universitária (Pibeu), da Pró-reitoria de
Assuntos, Estudantis e Comunitários (PREX).
Fonte: Ccom