quinta-feira, 5 de julho de 2018

Ministro do Trabalho é afastado do cargo em investigação de fraudes em registros sindicais

Alvo de investigação de fraudes em registros sindicais, o ministro do Trabalho, Helton Yomura, foi suspenso do cargo em uma nova fase da Operação Registro Espúrio, deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (5) e autorizada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal – STF.
Indicado pelo PTB para o cargo, Yomura foi impedido de frequentar o ministério de manter contato com demais investigados ou servidores da pasta. Ele vai prestar um depoimento à polícia na manhã desta quinta.

Os policiais federais cumprem 10 mandados de busca e apreensão e 3 de de prisão temporária, em Brasília e no Rio de Janeiro.

"Além das buscas, a pedido da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República, serão impostas aos investigados medidas cautelares consistentes em proibição de frequentar o Ministério do Trabalho e de manter contato com os demais investigados ou servidores da pasta, bem como a suspensão do exercício do cargo", diz a nota da PF.

Segundo a Polícia Federal, a investigação de hoje é fruto da coleta de material nas primeiras fases da Operação Registro Espúrio, que indicam participação de novos suspeitos e "apontam que importantes cargos da estrutura do Ministério do Trabalho foram preenchidos com pessoas comprometidas com os interesses do grupo criminoso, permitindo a manutenção das ações ilícitas praticadas na pasta".

A operação nesta quinta incluem mandados de busca e apreensão no gabinete do deputado federal Nelson Marquezelli (PTB-SP).

Resumo da operação

Segundo as investigações, Yomura é "testa de ferro" do ex-deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB. Ele teria chegado ao cargo para dar continuidade às irregularidades investigadas na operação.

De acordo com a Polícia Federal, o papel de Yomura era "viabilizar a ingerência" da deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) na pasta. Ela chegou a ser escolhida pelo presidente Michel Temer para assumir o ministério do Trabalho em janeiro, mas foi impedida por decisões judiciais.

Registros de entidades sindicais no ministério eram obtidos mediante pagamento de vantagens indevidas, segundo as investigações. Os valores teriam chegado a R$ 4 milhões pela liberação de um único registro sindical.

Conversas de WhatsApp do funcionário do Ministério do Trabalho Renato Araujo Júnior, preso na primeira fase da operação revelaram que a deputada o indicou para o cargo de chefia no ministério e controlava a aprovação dos registros sindicais, segundo a PF. A operação apontou um "loteamento" de cargos da pasta entre os partidos PTB e Solidariedade.

Fonte: H.Brasil