O
governo brasileiro lançou uma cartilha de recomendações para os torcedores que
pretendem assistir e torcer pela seleção brasileira na Copa da Rússia.
O
guia consular provocou comentários ao sugerir que a comunidade LGBT evitasse
"demonstrações homoafetivas em ambientes públicos".
A
cartilha de 134 páginas traz orientações sobre o que os turistas devem evitar
no país, quais são os documentos são importantes para a viagem, além de dados
sobre o clima e sobre a moeda do russa.
O governo brasileiro também recomenda que sejam evitadas quaisquer manifestações públicas sobre temas políticos, ideológicos, sociais e de orientação sexual.
Outro alerta do Itamaraty é para o uso de bandeiras estrangeiras em locais públicos.
Veja o que diz a cartilha do governo brasileiro:
Contudo, muita gente
considerou o alerta do Itamaraty pertinente, já que o país sede da Copa possui
leis contra "propaganda de relações sexuais não tradicionais".
Mas, afinal, como a Rússia trata a comunidade LGBT?
De
acordo com a diretora do Departamento Consular, a embaixadora Maria Luiza
Ribeiro, o objetivo da cartilha ao trazer informações específicas para o
público LGBT é evitar situações de "constrangimento".
"Na
Rússia, há uma lei especificamente sobre comportamento homoafetivo. Se for em
público, nossos cidadão brasileiros podem estar correndo risco", explicou
em entrevista.
Apesar de o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo não ser crime no país desde 1993, a Rússia ainda enfrenta reações homofóbicas à comunidade LGBT.
Desde junho de 2013 vigora na Rússia uma lei que proíbe a "propaganda gay".
A norma bane manifestações homoafetivas em locais públicos em que crianças podem estar presentes, por exemplo. De acordo com o texto da lei, a proibição serve para que exista a "proteção das crianças de informações prejudiciais a sua saúde e desenvolvimento".
Os turistas que violarem a lei podem ser detidos por até 15 dias, deportados e ainda terem de pagar multa de 5 mil rublos (R$ 287).
De acordo com a Folha, uma pesquisa feita há 5 anos pelo Centro Russo de Estudo de Opinião Pública apontou que 90% dos entrevistados eram favoráveis à lei.
Fonte: Huffpostbrasil