domingo, 10 de junho de 2018

Por que o Brasil está preocupado com torcedores LGBT na Rússia


O governo brasileiro lançou uma cartilha de recomendações para os torcedores que pretendem assistir e torcer pela seleção brasileira na Copa da Rússia.
O guia consular provocou comentários ao sugerir que a comunidade LGBT evitasse "demonstrações homoafetivas em ambientes públicos".
A cartilha de 134 páginas traz orientações sobre o que os turistas devem evitar no país, quais são os documentos são importantes para a viagem, além de dados sobre o clima e sobre a moeda do russa.

O governo brasileiro também recomenda que sejam evitadas quaisquer manifestações públicas sobre temas políticos, ideológicos, sociais e de orientação sexual.


Outro alerta do Itamaraty é para o uso de bandeiras estrangeiras em locais públicos.

Veja o que diz a cartilha do governo brasileiro: 

Contudo, muita gente considerou o alerta do Itamaraty pertinente, já que o país sede da Copa possui leis contra "propaganda de relações sexuais não tradicionais".

Mas, afinal, como a Rússia trata a comunidade LGBT?

De acordo com a diretora do Departamento Consular, a embaixadora Maria Luiza Ribeiro, o objetivo da cartilha ao trazer informações específicas para o público LGBT é evitar situações de "constrangimento".
"Na Rússia, há uma lei especificamente sobre comportamento homoafetivo. Se for em público, nossos cidadão brasileiros podem estar correndo risco", explicou em entrevista.

Apesar de o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo não ser crime no país desde 1993, a Rússia ainda enfrenta reações homofóbicas à comunidade LGBT.

Desde junho de 2013 vigora na Rússia uma lei que proíbe a "propaganda gay".

A norma bane manifestações homoafetivas em locais públicos em que crianças podem estar presentes, por exemplo. De acordo com o texto da lei, a proibição serve para que exista a "proteção das crianças de informações prejudiciais a sua saúde e desenvolvimento".

Os turistas que violarem a lei podem ser detidos por até 15 dias, deportados e ainda terem de pagar multa de 5 mil rublos (R$ 287).

De acordo com a Folha, uma pesquisa feita há 5 anos pelo Centro Russo de Estudo de Opinião Pública apontou que 90% dos entrevistados eram favoráveis à lei.

Fonte: Huffpostbrasil