A Câmara de
Meio Ambiente e Patrimônio Cultural do Ministério Público Federal (4CCR)
enviou, na última quinta-feira (17), ofício ao ministro do Meio Ambiente,
Ricardo Salles, e ao presidente do Ibama, Eduardo Bim, solicitando informações
sobre o acionamento do Plano Nacional de Contingenciamento para Incidentes de
Poluição por Óleo em Águas sob Jurisdição Nacional (PNC) no caso do acidente
com óleo no Nordeste. A 4CCR pede ainda indicação das medidas concretas já
deliberadas e informações sobre os integrantes do grupo de acompanhamento e
avaliação do PNC.
O ministro
Ricardo Salles informou à imprensa que o PNC, estabelecido por decreto federal
em 2013, foi acionado para combater o acidente que atinge o Nordeste, e está em
execução desde setembro. A informação foi confirmada por Eduardo Bim em
audiência pública no Senado nessa quinta-feira. No entanto, não foram
apresentados detalhes do plano nem das ações. O MPF quer avaliar a adequação
das ações previstas e acompanhar sua execução. A medida faz parte de Ação
Coordenada “Combate ao Acidente com Óleo no Nordeste”, que reúne a Câmara de
Meio Ambiente e procuradores da República dos nove estados nordestinos afetados
pelo derramamento.
A 4CCR também acionou a Secretaria de Pesquisa, Perícia e Análise (Sppea) do MPF para a produção de estudos e laudos que possam dimensionar os impactos do acidente. São esperados impactos significativos na reprodução da fauna marinha, no turismo, na economia e em comunidades tradicionais. Esse já o maior desastre ambiental da história no litoral brasileiro, em termos de extensão. Até o momento, sabe-se que nove estados nordestinos, 178 praias e 72 municípios foram atingidos pela mancha de óleo na costa, que deu seus primeiros sinais no fim do mês de agosto. Segundo informações do ICMBio, o acidente atinge também 14 Unidades de Conservação Federal no Nordeste, entre elas, os parques nacionais de Jericoacoara e dos Lençóis Maranhenses, além da Área de Proteção Ambiental Delta do Parnaíba.
Atuação do MPF – Nessa quinta-feira, o MPF ajuizou ação civil pública para que a Justiça Federal obrigue a União a acionar o PNC em 24 horas. Os pedidos da ação judicial – assinada conjuntamente por procuradores da República dos nove estados afetados – abrangem toda a costa do Nordeste. Em caso de descumprimento, a multa diária pedida é de R$ 1 milhão. Essa é a segunda ACP sobre o tema. Na primeira, ajuizada em Sergipe, a Justiça Federal já concedeu liminar para determinar medidas de proteção da foz dos principais rios de Sergipe, entre eles o São Francisco.
Além disso, o MPF instaurou inquérito para apurar as responsabilidades pelo acidente. A investigação está sendo conduzida pela unidade do Ministério Público Federal no Rio Grande do Norte.
Fonte: Correio Braziliense