quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Haddad rebate Bolsonaro sobre coitadismo de minorias

Candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad rebateu frase de seu opositor, Jair Bolsonaro (PSL) sobre direitos das minorias, chamado de "coitadismos" pelo deputado federal.

"Jair, se olha no espelho, coitado é você. Você não passa de um soldadinho de araque que só fala grosso porque tem gente armada à sua volta", disse o ex-prefeito de São Paulo em ato nos Arcos da Lapa, no centro do Rio, na noite desta terça-feira (23).
O petista também sugeriu que seu adversário procurasse tratamento de saúde. "Um sujeito desse deveria estar recebendo recursos da Câmara Federal para tratamento psicológico. Ele deveria contar com ajuda de profissionais para encontrar alguma coisa feliz para dizer."

Também nesta terça, em entrevista à TV Cidade Verde, afiliada do SBT no Piauí, Bolsonaro disse que, se eleito, irá acabar com políticas de inclusão. "Isso não pode continuar existindo. Tudo é coitadismo. Coitado do negro, coitado da mulher, coitado do gay, coitado do nordestino, coitado do piauiense. Vamos acabar com isso", disse.

Na avaliação do deputado, políticas afirmativas reforçam o preconceito. O presidenciável e seus aliados são contrários a medidas como cotas raciais, um posicionamento oposto ao defendido pelo PT.

Bolsonaro é réu por incitação ao estupro e disse frases de conteúdo homofóbico, como preferir ter um filho "morto a um homossexual" e que se vir "dois homens se beijando na rua, vou bater".

O candidato também foi acusado pela Procuradoria-Geral da República de racismo por declarações dadas em abril de 2017. "Eu fui num quilombola em Eldorado Paulista. Olha, o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Eu acho que nem para procriador ele serve mais. Mais de R$ 1 bilhão por ano é gasto com eles", afirmou, na época.

Presente no ato de apoio a Haddad no Rio, o cantor e compositor Caetano Veloso, disse ter esperança de que eleitores do PSL se sensibilizem na reta final da campanha, diante de casos recentes de agressão contra minorias.

"Talvez aqueles eleitores que votaram em Bolsonaro, os chamados coxinhas, se sensibilizem com essa onda de boçalidade, com morte de gays, trans, travestis, mulheres, negros e capoeiras. Quem sabe o povo pobre, que votou em Bolsonaro, contra si mesmo porque a proposta dele vai contra essas pessoas, mude de ideia na hora do voto", disse o cantor que apoiou Ciro Gomes (PDT) no primeiro turno.

De acordo com a última pesquisa Ibope, divulgada nesta terça, a diferença entre os dois candidatos caiu 4 pontos percentuais. Bolsonaro atingiu 57% dos votos válidos contra 43% de Haddad. A rejeição ao deputado, por sua vez, subiu e a convicção de votos diminuiu.

Fonte: HuffPost Brasil