Recentes no Piauí, as energias eólica e solar, que
são limpas e renováveis, promoveram um desenvolvimento rápido no Estado.
Atualmente são 60 parques de energia eólica espalhados do litoral, onde foram
implantadas as primeiras usinas, até o extremo Sul do Estado, onde estão mais
concentrados, nas divisas dos Estados de Pernambuco e Ceará, e 32 usinas de produção de usina solar com a capacidade de 984.254 kilowatts
(KV), incluindo o complexo solar da Enel Green Power, em Ribeira do Piauí, o
maior da América Latina.
As duas primeiras usinas de produção de energia
solar, a Sobral 1, em São João do Piauí, e a Sertão 1, em João Costa do Piauí,
no Sul do Estado, estão produzindo há dois anos. A produção de energia eólica
no Piauí começou em 2008, com a usina da empresa Tractebel Energia S/A, de
origem francesa, atualmente tem capacidade instalada de 18 megawatts. A Usina
Pedra do Sal, na Praia da Pedra do Sal, em Parnaíba (345 km de Teresina), que
encontra-se inserida no Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia
Elétrica (PROINFA).
Os professores e pesquisadores Marcos Antônio Pinheiro Marques, do Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Piauí (UFPI); Amanda Alves Dias, do Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Piauí, e Antônio Cardoso Façanha, doutor em Geografia pela Universidade Federal de Pernambuco, docente-pesquisador do Curso de Geografia da Universidade Federal do Piauí e docente permanente do Mestrado em Geografia e do Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente da UFPI, fizeram estudo mostrando que as últimas décadas têm sido marcadas por crescentes discussões mundiais e enfoques voltados à necessidade de produção energética de forma mais eficiente e que produza menos impactos negativos ao meio ambiente. Na conjuntura brasileira, viu-se, sobretudo, a partir do início dos anos 2000, a necessidade da modernização e diversificação da matriz elétrica nacional que nesse contexto se tinha como único protagonista a fonte hídrica.
Os professores e pesquisadores Marcos Antônio Pinheiro Marques, do Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Piauí (UFPI); Amanda Alves Dias, do Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Piauí, e Antônio Cardoso Façanha, doutor em Geografia pela Universidade Federal de Pernambuco, docente-pesquisador do Curso de Geografia da Universidade Federal do Piauí e docente permanente do Mestrado em Geografia e do Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente da UFPI, fizeram estudo mostrando que as últimas décadas têm sido marcadas por crescentes discussões mundiais e enfoques voltados à necessidade de produção energética de forma mais eficiente e que produza menos impactos negativos ao meio ambiente. Na conjuntura brasileira, viu-se, sobretudo, a partir do início dos anos 2000, a necessidade da modernização e diversificação da matriz elétrica nacional que nesse contexto se tinha como único protagonista a fonte hídrica.
“Destarte,
os apagões energéticos ocorridos entre 2001 e 2002 convergiram à formulação de
instrumentos e mecanismos emergenciais na premissa de se incentivar as fontes
energéticas renováveis potenciais no país, até então pouco utilizadas.
Destaca-se a criação da Câmara de Gestão de Crise de Energia Elétrica em 2001,
bem como o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas, que instituído em
2002, influenciou diretamente o setor eólico nacional, que crescera de forma
exponencial desde então.
Considerada como uma das mais promissoras fontes de energia renovável no país, a energia eólica assumiu notabilidade a partir da considerável redução de custos logísticos e operacionais que, atrelada a um conjunto de intervenções públicas e privadas, atualmente apresentam índices expressivos, como 534 usinas eólicas, que presentes em 12 estados brasileiros, totalizam 6.600 aerogeradores, representando 8,4% da matriz elétrica brasileira”, afirmam os pesquisadores.
Segundo os pesquisadores, acompanhando essa
expansão, surge o primeiro parque eólico no Piauí, em meados de 2008, seguido
da construção de outros empreendimentos eólicos localizados na região da Área
de Proteção Ambiental - APA do Delta do Parnaíba, no litoral do Estado, que
diante dos processos e dinâmicas inerentes a estes, efetivaram-se consideráveis
transformações nas dinâmicas ambientais, sociais e econômicas na região
contemplada por esses empreendimentos.
“O Piauí, diante de sua localização e configuração
geográfica, apresenta ampla potencialidade na geração de energias renováveis,
destacando-se a eólica e a solar. A baixa latitude em relação à linha do
Equador, bem como altitudes consideráveis na porção Leste do Estado, tem
atraído, nos últimos anos, diversos investimentos, sobretudo na expansão de
parques eólicos no Piauí. O litoral piauiense, na sua expressiva capacidade
eólica decorrente de sua relação com a Zona de Convergência Intertropical, bem
como a influência direta dos ventos alísios, brisas terrestres e marinhas,
representou a primeira região no Estado a produzir energia elétrica advinda dos
ventos. A combinação desses elementos, dentre outros, resulta em ventos médios
anuais entre 6 m/s a 9 m/s no litoral piauiense. A potencialidade eólica
característica das faixas litorâneas decorre de distintos processos. A
diferença entre o efeito da radiação solar nas massas continentais e a água faz
intensificar, acerbar este efeito, contribuindo para que os ventos chamados
brisas sejam mais fortes e frequentes no litoral e nas zonas de transição
terra-água. Diante de tais características, a faixa litorânea nordestina tem
concentrado o maior número de parques eólicos no país. O Piauí possui,
atualmente, três parques nessa região. O primeiro instalado em meados de 2008,
representa a entrada destes empreendimentos no Estado”, afirmam os
pesquisadores.
Através da
elaboração do “Atlas do Potencial Eólico Brasileiro” e de estudos técnicos,
pôde-se evidenciar tanto o potencial como a real viabilidade de produção de
energia motriz através da força dos ventos, também em regiões semiáridas
nordestinas. No cenário local, conforme os pesquisadores, destaca-se o 6º
Leilão de Energia de Reserva que, realizado no final de 2014, representou a “porta de entrada” para esses
empreendimentos no Sul do Estado.
Desse modo, um conjunto de municípios, localizados na porção Oeste da Chapada do Araripe, na divisa dos Estados do Ceará, Pernambuco e Piauí, foi contemplado pela construção de dezenas de parques e representa, desde então, a região com maior número de empreendimentos eólicos, por apresentarem como características centrais de potencialidade ventos unidirecionais, constantes e estáveis. Dessa forma, as configurações do relevo, bem como a rugosidade do solo, representam elementos consideráveis na configuração dos ventos. Assim, regiões limítrofes de montanhas, vales e chapadas também apresentam consideráveis comportamentos de convecção de ventos em potencial.
À luz desta
realidade, destacam-se, até o ano de 2015, os municípios de Marcolândia e
Simões, na construção de parques eólicos. Desse modo, foram aplicados em torno
de R$ 7 bilhões, configurando, assim, a região do Estado com maior investimento
no setor. O atual arranjo espacial da geração de energia eólica no território
piauiense em que, expressivamente situado na região semiárida do Estado,
representa um cenário de expansão que, devido à configuração favorável dos
ventos e à ampla disposição territorial para instalação de empreendimentos
eólicos maior que a do litoral, tem convergido como fatores consideráveis ao
direcionamento de novos investimentos na região”, ressaltaram Marcos Antônio
Pinheiro Marques, Amanda Alves Dias e Antônio Cardoso Façanha.
Fonte: Meio
Norte