A
pesquisadora piauiense Joanna Darck Carola Correia Lima, graduada em Ciências
Biológicas pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), faz parte da equipe do
pesquisador Peter Ratcliffe, da Universidade de Oxford, anunciado na última
segunda-feira (7), como um dos ganhadores do Prêmio Nobel de Medicina de 2019.
Joanna
está na Europa onde passa estágio de doutorado no laboratório de Ratcliffe, no
Reino Unido, como parte do seu doutorado no Instituto de Ciências Biomédicas da
Universidade de São Paulo (USP).
“É o ano mais incrível da minha vida. Nunca imaginei ter a oportunidade de estar na melhor universidade do mundo. O laboratório é espetacular, o professor Ratcliffe é uma mente incansável de ideias e extremamente disponível para os alunos do mundo todo. É uma oportunidade sem igual”, disse.
A pesquisadora piauiense tenta descobrir como baixas taxas de oxigênio nas células de tumores podem levar pacientes a desenvolver perda crítica de gordura e de massa muscular, fatores que geralmente geram complicações e morte em muitos tipos de câncer.
“Ela é uma aluna muito dedicada. Não por acaso é considerada pelo professor Ratcliffe a melhor que teve nos últimos anos”, disse Marilia Cerqueira Leite Seelaender, orientadora de Lima no ICB-USP.
Vinda da escola pública
Joanna
estudou em escolas públicas no ensino básico, antes de ingressar na UFPI.
Atualmente ela é bolsista Bolsa Estágio de Pesquisa no Exterior (BEPE) da
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Seu contator com
o pesquisador premiado pelo Nobel se deu por sua especialidade no gene que
regula o processo estudado pela pesquisadora piauiense
O estágio da brasileira será concluído em dezembro, mas ela acredita que este seja apenas o começo de uma longa colaboração com o vencedor do Nobel.
Os resultados da pesquisa da equipe de Joanna podem dar início a novos tratamentos de pacientes com câncer.
Prêmio
Sir
Peter Ratcliffe é diretor de pesquisa clínica de institutos de renome na
Inglaterra. Ficou conhecido por ter descoberto como as células podem sentir e
se adaptar a mudanças na disponibilidade de oxigênio.
Junto com pesquisadores norte-americanos, que dividem o prêmio com ele, Ratcliffe identificou a maquinaria molecular que regula a atividade dos genes em resposta a níveis variáveis de oxigênio. A descoberta abriu caminho para novas possibilidades de tratamento não só do câncer, como contra anemia e outras doenças.
Fonte: Cidade Verde