sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Buriti dos Lopes: Sítio arqueológico com gravuras rupestres sofre com depredação

Registros históricos correm o risco de desaparecer devido a interferência humana. É na altura do Km 40 da BR 343, na cidade de Buriti dos Lopes, na ponte do Rio Pirangi, que fica localizado um conjunto de gravuras rupestres identificado como “Rio Pirangi – trecho ponte”.


É por isso que, o Grupo de Educação para o Patrimônio e Arqueologia de Buriti dos Lopes – GEPAR, realiza um trabalho que tem como objetivo proporcionar a melhoria da educação aos indivíduos e das comunidades, através da socialização do conhecimento histórico, artístico e científico.

"Esses sítios não tem uma datação segura , uma análise comparativa com gravuras de outros sítios permite inferir que esses registros rupestres podem, hipoteticamente, ter aproximadamente 3 mil anos", disse o pesquisador e arqueólogo Mauro Rodrigues.

Infelizmente, no local há problemas quanto a conservação, pois visitantes pela falta de conhecimento da importância do patrimônio, acabam por depredá-lo. “Nosso objetivo aqui é esse, tanto estudar as gravuras como também de cuidar desse aspecto que diz respeito à preservação”.


O sítio arqueológico banhado pelas águas do Rio Pirangi é registrado no Núcleo de Antropologia Pré-Histórica – NAP da Universidade Federal do Piauí – Ufpi.

O trabalho dos arqueólogos é coordenado pela professora doutoranda Elaine Ignácio, que fundou o Grupo de Educação para o Patrimônio e Arqueologia de Buriti dos Lopes – GEPAR. O grupo trabalha de forma voluntária, pois ainda não possui recursos para o desenvolvimento das atividades.


Devido a sua localização, o sítio é visitado por muitas pessoas que trafegam pela rodovia. As populações nativas ancestrais dos índios brasileiros que passaram pela região, são responsáveis pelas figuras rupestres. Mas, o local tem sofrido com as ações do homem, como o registro de nomes nas pedras, danificando os registros arqueológicos, além do lixo deixado em cima das pedras e nas proximidades.


Algumas gravuras existentes nesse local já foram vistas em vários locais da América. Tratam-se de elementos zoomorfos (tem aparência de animais) e fitomorfos (tem aparência de vegetais), que tratam-se de nomenclaturas utilizadas na Arqueologia. Mas, Mauro Rodrigues esclarece, que as nomenclaturas são para efeitos de estudos, pois as análises não são conclusivas, já que ainda não se pode interpretar o que os nativos ancestrais disseram por meio de seus registros.

Diante disso, é importante enfatizar que, a demora na adoção das medidas pode significar um período de mais degradações em um local que deveria ser protegido pela relevância ambiental e cultural. É preciso que a população e poder público possa compreender a importância desses espaços em diversos aspectos.

Por Tacyane Machado – Blog Extra Parnaíba