Registros
históricos correm o risco de desaparecer devido a interferência humana. É na
altura do Km 40 da BR 343, na cidade de Buriti dos Lopes, na ponte do Rio
Pirangi, que fica localizado um conjunto de gravuras rupestres identificado
como “Rio Pirangi – trecho ponte”.
É
por isso que, o Grupo de Educação para o Patrimônio e Arqueologia de Buriti dos
Lopes – GEPAR, realiza um trabalho que tem como objetivo proporcionar a
melhoria da educação aos indivíduos e das comunidades, através da socialização
do conhecimento histórico, artístico e científico.
"Esses sítios não tem uma datação segura , uma análise comparativa com gravuras de outros sítios permite inferir que esses registros rupestres podem, hipoteticamente, ter aproximadamente 3 mil anos", disse o pesquisador e arqueólogo Mauro Rodrigues.
Infelizmente, no local há problemas quanto a conservação, pois visitantes pela falta
de conhecimento da importância do patrimônio, acabam por depredá-lo. “Nosso
objetivo aqui é esse, tanto estudar as gravuras como também de cuidar desse
aspecto que diz respeito à preservação”.
O
sítio arqueológico banhado pelas águas do Rio Pirangi é registrado no Núcleo de
Antropologia Pré-Histórica – NAP da Universidade Federal do Piauí – Ufpi.
O trabalho dos arqueólogos é coordenado pela professora doutoranda Elaine Ignácio, que fundou o Grupo de Educação para o Patrimônio e Arqueologia de Buriti dos Lopes – GEPAR. O grupo trabalha de forma voluntária, pois ainda não possui recursos para o desenvolvimento das atividades.
Devido
a sua localização, o sítio é visitado por muitas pessoas que trafegam pela
rodovia. As populações nativas ancestrais dos índios brasileiros que passaram
pela região, são responsáveis pelas figuras rupestres. Mas, o local tem sofrido
com as ações do homem, como o registro de nomes nas pedras, danificando os
registros arqueológicos, além do lixo deixado em cima das pedras e nas proximidades.
Algumas
gravuras existentes nesse local já foram vistas em vários locais da América.
Tratam-se de elementos zoomorfos (tem aparência de animais) e fitomorfos (tem
aparência de vegetais), que tratam-se de nomenclaturas utilizadas na
Arqueologia. Mas, Mauro Rodrigues esclarece, que as nomenclaturas são para efeitos
de estudos, pois as análises não são conclusivas, já que ainda não se pode
interpretar o que os nativos ancestrais disseram por meio de seus registros.
Diante disso, é importante enfatizar que, a demora na adoção das medidas pode significar um período de mais degradações em um local que deveria ser protegido pela relevância ambiental e cultural. É preciso que a população e poder público possa compreender a importância desses espaços em diversos aspectos.
Por Tacyane Machado – Blog Extra Parnaíba