O objetivo do projeto é subsidiar a
manutenção dos seminaristas acolhidos em seminários e casas de formação
A
necessidade financeira de diversas dioceses mais pobres do Brasil fez nascer o
Projeto Comunhão e Partilha, que teve início na 50ª Assembleia Geral da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em 2012.
“Foi a partir destas necessidades que surgiu a ideia, e por votação unânime, de cada diocese (seja ela pequena ou grande) doar, da sua receita ordinária, 1% mensalmente por meio de depósito no fundo da CNBB”, disse Dom José Valmor Cesar Teixeira, Bispo de São José dos Campos (SP) e Presidente da Comissão Episcopal do Projeto Comunhão e Partilha da CNBB.
O objetivo do projeto é subsidiar a manutenção dos seminaristas acolhidos em seminários e casas de formação espalhados pelo Brasil. Em 2017, foram atendidas 48 dioceses, o que permitiu a formação de 393 seminaristas. O projeto custeia R$ 360 mil por mês para que dioceses possam levar à frente sua responsabilidade de formação do clero.
COMUNHÃO E CARIDADE
“A união colegial aparece também nas mútuas relações de cada bispo com as Igrejas particulares e com a Igreja universal. Por isso, com todas as forças, devem auxiliar as missões, quer com operários da messe, quer também com auxílios espirituais e materiais, tanto diretamente por si mesmos quanto despertando uma ardente cooperação dos fiéis.” O texto é um trecho do artigo 23 da Constituição Dogmática Lumen Gentium.
Durante a 55ª Assembleia Geral da CNBB, em maio de 2017, houve um meeting point (ponto de encontro) com jornalistas para detalhar melhor o projeto. Dom Alfredo Schaffler, Bispo Emérito de Parnaíba (PI) e idealizador do Projeto Comunhão e Partilha, explicou que a iniciativa consiste em levantar fundos para ajudar as dioceses que têm mais dificuldades econômicas, sobretudo para formação dos seminaristas.
Dom Alfredo falou, ainda, durante o meeting point, sobre algumas situações que viu. “Encontrei, por exemplo, uma diocese onde por sete anos o bispo não recebia mais nenhum seminarista, porque não tinha dinheiro para custear os estudos. Encontrei dioceses cuja receita ordinária mensal não passava de R$ 5 mil para manter uma pequena infraestrutura e os seminaristas. Então, como vou me sentar ao lado de um colega, aqui em uma Assembleia, que não tem o mínimo e fica perdendo até horas de sono para saber como no fim do mês vai cobrir a folha de pagamento e botar comida na mesa dos seminaristas?”, disse ele.
Fonte: CNBB