sábado, 19 de agosto de 2017

Os sentidos - por José Cláudio Amorim

De que me serve ter a visão, para enxergar tantas injustiças praticadas contra os mais sofridos?
De que me serve ter o olfato, para sentir tanta podridão que exala dos gabinetes e palácios dos poderosos?

De que me serve ter o tato e não vacilar em esbofetear o rosto do meu semelhante?
De que serve o paladar e sentir todo dia, o gosto amargo da fome que atormenta os menos favorecidos?

De que me serve a audição, se todo dia sou obrigado a escutar as mentiras ilusórias de nossos governantes corruptos?

Assim, diante da inutilidade dos sentidos que me favorecem, sinto minha inteligência depreciada por um poder corrompido e infestado de políticos (bandidos) oficializados, que na calada da noite, decidem reformar uma previdência para cobrir supostos rombos que eles mesmos criaram.

Ainda, seguindo o pouco caso feito a minha inteligência, me pergunto: Por que “Eles” não divulgam o que é feito para cobrar os maiores devedores da Previdência?

A resposta segue uma lógica: Porque os devedores são os mesmos Empresários que se servem das generosas linhas de crédito do BNDS e as dividem com os políticos corruptos.
Observando bem, resta uma dúvida: Como os Empresários devedores (negativados) da Previdência conseguem linha de crédito junto ao BNDS? Certamente com ajuda de seus cúmplices e amiginhos políticos.

De outra sorte, enquanto “o Poderoso chefão”  distribui fortunas em Emendas Parlamentares para se garantir no poder, isto antes da votação para decidir seu julgamento pelo Supremo,  sustenta em gestos que mais parece um mágico sem varinha, que a reforma da Previdência é necessária  para garantir o futuro dos aposentados.

Em resumo: De que me servem os sentidos, se já me sinto derrotado por um sistema cruel, egoísta, injusto, criminoso e demais adjetivos nefastos encontrados? A resposta é a critério do leitor, ou melhor, do eleitor.

Resta apenas uma pergunta: Você percebe algum sentido que importe?    

Nada mais faz sentido, principalmente aos mais idosos, que sofrerão mais ainda com a tal reforma Previdenciária, que a julgar pelo nocivo projeto, terão mais tempo obrigatório de contribuição e não terão tempo algum para o prometido beneficio.

É ou não é para se pensar? Não importam os sentidos, mas pense!