Falta o básico! Moradores
da zona rural de Parnaíba sofrem com a falta de assistência do poder público
municipal. Estradas com poucas condições de trafegabilidade, sem água encanada,
dentre outros problemas que fazem da vida das pessoas do campo ainda mais
difícil, moradores de várias comunidades clamam por ajuda. Com o período de
fortes chuvas, a situação se agravou, famílias que vivem da agricultura
familiar, perderam toda a plantação, ou seja, a única fonte de renda.
São mais de 140 famílias
em situação de vulnerabilidade. Entre as comunidades afetadas, Assentamentos
Lagoa do Prado, Canaã do Norte, Monte Alegre e comunidade Rebentão. Os populares
trabalharam durante o verão na plantação de itens como, milho e feijão, mas não
contavam com tantas chuvas.
Estrada para a Escola do Rebentão |
O senhor Francisco das Chagas disse que
a maior dificuldade é perda. “Aqui todo mundo perdeu, o que esperamos é que
alguém nos ajude. Foram meses de trabalho e renda de muitos meses que agora
ficaram perdidas. Aqui no Monte Alegre, todas as famílias estão prejudicadas,
pois a gente vive disso. Nós queremos que a Prefeitura nos ajude para que nossa
situação melhore um pouco e essa ajuda poderia ser cestas básicas”.
Com relação ás estradas, o
morador disse que está muito complicada a passagem, pois está alagada.
Ressaltou ainda, que nenhuma equipe da Prefeitura esteve no local para
averiguar a situação que passa as famílias.
Outro morador, o senhor
Raimundo Amorim, fala com tristeza sobre os prejuízos. “Nossa plantação ela não
está comprometida, ela está perdida. Nós perdemos tudo, ninguém tem nada. Nós
trabalhamos o verão todo aguardando o inverno, mas o inverno chegou acabando
com tudo”.
Ele argumenta que a
situação está ruim, porque até para sair paras as estradas é complicado, porque
elas não prestam. “Tem seis crianças da minha família que estão sem estudar,
pois não tem como passar para a escola do Rebentão. E até hoje a Prefeitura
ainda não se manifestou, nem para conversar com a gente, aqui eles não vieram.
Nós estamos pedindo, que vocês olhem pra gente porque nós aqui também somos uma
comunidade, somos eleitores de Parnaíba”.
Um dos populares, conhecido como Pedro Rodrigues, disse que o trabalho de lavoura foi feito pelos populares, mas tudo foi perdido e nada pôde ser feito para evitar. “E a situação dessas crianças aqui são esses caminhos tudo alagado que atrapalha eles irem para o estudo, aí fica difícil para as pessoas que moram aqui”.
Revoltado com o descaso,
senhor Pedro fez um apelo ao poder público. “A Prefeitura que tem que correr nas
comunidades porque é aonde vão atrás de votos. Eles tem que vim para saber como
está a situação, porque eles que podem dar jeito”.
O lavrador José Fontenele, do Assentamento Lagoa do Prado, relatou que plantou uma roça de quatro hectares e estava otimista com a produção, mas todo o trabalho foi perdido. “Agora ficaram as dificuldades, mas a gente precisa lutar pela vida”. O morador disse ainda que as estradas que dão acesso à comunidade onde reside estão muito ruins, como também a principal rua do assentamento.
Outra reclamação do senhor
José está voltada para a questão da transferência dos alunos da Lagoa do Prado
para o Rebentão. “Agora em período de chuva ninguém passa e os meninos ficam
sem estudar”.
Os trabalhadores da agricultura
familiar, segundo Francisco Carlos, também da comunidade Lagoa do Prado, fez um
relato das condições que as comunidades da zona rural estão vivendo. “Aqui está um caos. Não está mais passando
ônibus para levar os alunos para escola. Quem nos dará alguma explicação sobre
isso? O nosso sustento estamos levando pela graça de Deus, porque Deus é bom”,
ressaltou o morador.
Por Tacyane Machado